Dafne Editora organiza a conferência "Brasília 1957–1980: Arquitetura e artes em confronto", com Guilherme Wisnik

 

Caetano Veloso veste o Parangolé de Hélio Oiticica, 1968                                                                                                                                                          Caetano Veloso veste o Parangolé de Hélio Oiticica, 1968

No dia 27 de março a Dafne Editora recebe Guilherme Wisnik para a conferência “Brasília 1957–1980: Arquitetura e artes em confronto”  sobre os processos, nem sempre pacíficos, através dos quais a música e as artes plásticas se envolveram na construção de significados para arquitetura moderna.

Projetada em 1957, Brasília foi inaugurada três anos depois, coroando a bem sucedida “formação” da arquitetura moderna brasileira e o otimismo desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek, sob o som da Sinfonia da Alvorada de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Dez anos depois, a nova capital – tomada em 1964 como a sede do poder militar no país – reaparecia como o cenário monstruoso da canção Tropicália de Caetano Veloso, hino do movimento de contracultura. “Bossa” era igualada a “palhoça”, e Brasília, signo progressista do futuro, passava a soar como reencarnação dos arcaísmos nacionais, monumento aberrante plantado no Planalto Central do país, com edifícios sem porta.

A idealização do progresso estava sob o ataque das artes, em obras como “Brasil diarreia” de Hélio Oiticica ou a carnavalização antropofágica de Zé Celso Martinez Corrêa. Em 1980, no filme "A Idade da Terra", Brasília foi o cenário escolhido por Glauber Rocha para filmar a vida de Cristo no Terceiro Mundo, em tom sebastianista, escancarando a face épica e contraditória desse grande símbolo.

As artes unidas contra a arquitetura? Qual a resposta da arquitetura brasileira contra esse golpe mortal?

Guilherme Wisnik é arquiteto pela Universidade de São Paulo (FAU-USP), onde ensina História da Arte e da Arquitetura. É autor de monografias sobre Lucio Costa (Cosac Naify, 2001) e Caetano Veloso (Publifolha, 2005). A sua tese de doutoramento explora as relações entre arte e arquitetura contemporânea (Dentro do nevoeiro, 2012). Atua como crítico e curador, tendo sido Curador Geral da Bienal de Arquitetura de São Paulo em 2013, Cidade: modos de fazer, modos de usar.

Fonte:Romullo Baratto. "Dafne Editora organiza a conferência "Brasília 1957–1980: Arquitetura e artes em confronto", com Guilherme Wisnik" 10 Mar 2014. ArchDaily. Accessed 10 Mar 2014.  http://www.archdaily.com.br/br/01-181595/dafne-editora-organiza-a-conferencia-brasilia-1957-1980-arquitetura-e-artes-em-confronto-com-guilherme-wisnik

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