Imagens: divulgação
-
Com uma proposta baseada num plano macro de intervenções a longo prazo, que resgata a relação da cidade com a água, uma equipe de arquitetos gaúchos apostou na combinação e sobreposição da diversidade do tecido urbano para requalificar o Centro Histórico de São José, em Santa Catarina.
O projeto – vencedor de um concurso promovido pelo departamento catarinense do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SC) – considera reformulações no Plano Diretor e adequação às diretrizes do Estatuto da Cidade ao contemplar a repaginação do trecho norte-sul do principal eixo viário de São José, onde estão localizados importantes espaços públicos e edifícios históricos, como a Igreja Matriz, o Theatro Municipal e o parque Beco da Carioca.
Segundo os arquitetos responsáveis, a concepção do novo traçado urbano se faz através da valorização do patrimônio histórico-cultural e da paisagem natural a fim de configurar um melhor uso para a comunidade e enaltecer o turismo local.
Por conta da diversidade do tecido urbano, a equipe propôs a combinação e sobreposição de camadas de intervenção – edifícios históricos, igrejas, praças, orla marítima, percurso peatonal, circulação de veículos e de bicicletas, conexões viárias, equipamentos públicos e culturais, iluminação, vegetação e áreas verdes –, que potencializam a dinâmica urbana.
O principal foco do projeto é reaver a relação da cidade com a água, que se perdeu devido à substituição do transporte marítimo pelo rodoviário. A solução sugere a construção de um novo acesso para ligar o centro histórico à orla marítima, figurada numa passarela que promove a continuidade do circuito de caminhadas e ciclovia existente na Avenida Beira Mar.
Marcado pelas palmeiras imperiais, esse novo eixo proporciona a integração entre as praças Hercílio Luz, Arnoldo de Souza e o trapiche de acesso naval. A remoção do edifício da Câmara Municipal possibilita essa conexão, tendo em vista a criação do Parque das Águas, que traz para o coração da praça atividades que no passado eram vivenciadas na Praia de São José.
Os espaços públicos são tratados como foyers urbanos que acolhem os usuários dos edifícios culturais existentes no entorno. A praça é pensada como um espaço dinâmico e flexível que proporciona possibilidades múltiplas de configuração, composta por quiosques, espaços de estar e convivência. O edifício do Mercado agrega uma nova fachada para a praça e um novo atrativo para a cidade.
O estudo preliminar também considera a diminuição progressiva do fluxo de veículos no núcleo histórico – a fim de aumentar a permeabilidade da malha viária através da construção de novas conexões –, bem como destoar uma maior utilização da rodovia BR-101 pelos moradores locais e promover o uso do transporte naval, uma opção de conexão do centro histórico a outros pontos da cidade, inclusive Florianópolis.
A reformulação dos espaços públicos prevê tratamentos de pavimentação, mobiliário, iluminação e sinalização gráfica na aposta de se criar uma nova identidade coletiva. O tratamento das vias privilegia a circulação do pedestre, assim como o alargamento do passeio possibilita a distribuição de mobiliário urbano, arborização e iluminação. A requalificação do entorno propõe a retirada ou substituição dos muros dos lotes vizinhos por fechamentos permeáveis, no qual possibilitam uma maior permeabilidade visual e segurança.
CONFIRA AQUI A ÍNTEGRA DO MEMORIAL DESCRITIVO!
REQUALIFICAÇÃO URBANA DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO JOSÉ (SC)
Arquitetura Metropolitano Arquitetos – Camila Thiesen; Arquitetura Pela Rua – Cássio Sauer, Elisa Martins; Valls – Diogo Valls; Jaqueline Lessa
Colaboradores Ignacio de la Veja, Lucas Weinmann, Lucas Zimmer
Ano 2014
Local São José, Santa Catarina
0 comentários:
Postar um comentário