“Detestaria que, diante de uma obra minha, dissessem: ‘Que raios é isso? Como são estúpidos esses artistas de vanguarda!’. Não quero que se sintam enganados”. É assim, em entrevista para a Folha de S. Paulo, que Christian Boltanski fala sobre seu trabalho. Suas obras são profundamente ligadas ao seu passado e ao de sua família, em especial em relação à sobrevivência ao nazismo.
O artista francês chega ao Brasil com uma obra de proporções monumentais, que irá ocupar o SESC Pompeia à partir de amanhã. A obra, com o singelo nome de 19.924.458+/-, aborda a individualidade e singularidade das pessoas através da construção de uma imensa cidade de papelão.
Em cada um dos prédios, construído em ritmo frenético na cidade de São Paulo, há uma lista de nomes, retiradas de catálogos telefônicos. Em parceria com as vozes que murmuram pelos auto falantes, Boltanski reconstrói uma metrópole dentro de outra imensa metrópole. O artista francês é um dos nomes de destaque em sua área, apesar de afirmar que seu trabalho “é um fracasso” por não conseguir guardar as memórias das pessoas. É dessa forma, ao mesmo tempo grandiloqüente e humilde, que Boltanski irá ocupar a Pompeia.
Data: a partir de 08 de abril de 2014
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