- Arquitetos: Spadoni AA
- Localização: Água Branca - Água Branca, São Paulo - SP, Brasil
- Autor: Francisco Spadoni
- Coautores: Tiago de Oliveira Andrade, Mayra Simone dos Santos, Marcos da Costa Sartori e Stefano Passamonti
- Colaboradores: Lauresto Couto Esher, Julian Munhoz Courtier, Jaime Veja Rocabado, Ari Felipe Miaciro e Giulia Ricci
- Arquiteto Paisagista: Iracy Fortes Sguillaro
- Consultor De Infraestrutura: Marcio Luiz Bezerra de Menezes de Souza Pacheco
- Consultor Geotécnico: Eduardo José Portella da Costa
- Consultor De Mobilidade: Nídia Maria Hallage Coltri
- Ano Do Projeto: 2015
- Fotografias: Cortesia de Spadoni AA
Apresentamos a seguir o projeto premiado com menção honrosa no concurso para a Operação Urbana Consorciada Água Branca, de autoria do escritório Spadoni AA. O concurso teve abrangência nacional e foi promovido pelo São Paulo Urbanismo – SP Urbanismo e o Departamento de São Paulo do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB-SP.
Dos arquitetos: Embora numa pequena fração, trabalhar num dos vazios remanescentes da Operação Urbana Água Branca se apresenta como uma oportunidade para a cidade enfrentar seu caráter quase congênito de se refazer pela espontaneidade. Interessa-nos pensar uma cidade onde o limite entre o público e o privado se exponha sem ambigüidade ou conflito e a infraestrutura se apresente como suporte social.
Propomos a organização do espaço através de uma nova matriz pública, reapresentando a quadra como uma unidade urbana permeável, a rua como uma espécie de burgo, animada pelo comercio e instituições, além do parque articulando-se à cidade ao redor e apresentando-se como uma centralidade.
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Programa e Setorização
Propomos organizar setores funcionais que se contaminam entre si e respondem cada qual às suas fronteiras. Adotamos uma divisão territorial, alinhavado pelo sistema viário, onde a densidade de uso se daria como um gradiente do bairro – Avenida Marques de São Vicente - para a marginal Tietê. Dessa forma, o parque, com taludes e vegetação densa, deve ancorar a marginal, isolando-a o mais possível para o seu funcionamento de estar e lazer, assim como protegendo as habitações e instituições ao centro da gleba.
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Para o binômio habitação e comercio assume-se a antiga vocação de atuarem juntos, num modelo de cidade que se pretende restaurar. A experiência mostra que a vitalidade dos setores urbanos vincula-se a sua capacidade de se renovarem ao longo do dia, o que só se verifica com a fusão de usos, sobretudo com a habitação. Galerias comerciais no embasamento e o comercio de rua são cimentados pela habitação e junto com as instituições - CEU e UBS - dinamizam o bairro em todos os três períodos.
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Embasamento. Image Cortesia de Spadoni AA
O modelo que adotamos para as quadras mistas é o da supressão dos lotes. Adotamos o princípio da quadra única, que relaciona todos os edifícios habitacionais em estrutura condominial, articulados por uma praça permeável e um embasamento comercial.
O sistema viário apoia-se em três eixos principais:
- Eixo institucional: que organiza os equipamentos públicos: CEU e CGMI, em quadra própria e UBS, no embasamento da quadra residencial.
- Eixo Comercial: composto pelas fachadas comerciais nos embasamentos, definindo um corredor ativo e especializado.
- Rua Parque: intermedia o parque e o bairro.
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Habitação + Comércio
Os edifícios de habitação são implantados sobre a cobertura das galerias comerciais, no que definimos como um piso condominial, espécie de segundo térreo, por onde são acessados. Esse piso concentra a área comunitária de todos os blocos, incluindo as laminas sobre o mercado na quadra que em frente, que a ele se interliga com passagens de nível sobre a rua.
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Implantação. Image Cortesia de Spadoni AA
Foram definidas duas tipologias principais com variações: os edifícios altos, com 12 e 16 andares e as laminas de quatro andares. Os tipos das unidades se alternam com o gabarito. Nas quadras centrais, as laminas altas foram implantadas voltando sua face de estar ao Norte, privilegiando também a vista do parque. As laminas baixas, ortogonais, foram resolvidas com duas bandas em faces opostas em torno de um vazio central, com unidades para as faces leste e oeste. Destacamos ainda a quadra frontal com duas laminas de gabaritos distintos que se alinham sobre o mercado.
Infraestrutura e drenagem
A questão central a impactar a área de várzea é o histórico de alagamentos e as complicações advindas dos sistemas de drenagem. Um único conceito foi adotado e deverá ser posto em prática com ações estratégicas: Manter as águas dentro do próprio empreendimento.
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Corte leste-oeste. Image Cortesia de Spadoni AA
Para tanto propomos quatro operações:
- Aproveitamento de águas de cobertura, através da implantação de rede coletora e reservatórios subterrâneos.
- Reaproveitamento das águas sujas, com a implantação de estação de tratamento de esgotos.
- Implantação de sistema de drenagem superficial com: biovaletas e bacias de detenção, aliadas a sistemas de infiltração no solo. Esse sistema visa a filtragem inicial de resíduos sólidos, contribuindo com a redução da poluição das águas que recomporão o lençol freático.
- Implantação de reservatório de detenção (piscininhas) como elemento paisagístico no parque. Esse sistema será alimentado através de tubulação, pelo excesso de águas oriundos das valetas e bacias, que não consigam ser infiltrados devido a saturação do solo.
Fonte: Romullo Baratto. "Menção Honrosa no concurso Operação Urbana Consorciada Água Branca / Spadoni AA" 30 Jun 2015. ArchDaily Brasil. Acessado 1 Jul 2015. http://www.archdaily.com.br/br/769344/mencao-honrosa-no-concurso-operacao-urbana-consorciada-agua-branca-spadoni-aa
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