As habilidades que todo arquiteto precisa (ou não) ter



Antes de decidir qual curso superior fazer, nós sempre revisitamos nossas habilidades pessoais para direcionar nossa escolha.
Os que cogitam cursar arquitetura costumam pensar se são bons de desenho, se têm familiaridade com matemática e física ou se têm senso estético apurado.
Mas será que essas habilidades são realmente essenciais para ser um bom arquiteto? Nós consultamos profissionais formados e estudantes da área para responder se desenhar ou ser bom de conta são requisitos necessários para se dar bem no mundo da arquitetura.



_rascunhos e desenhos
Não, você não precisa fazer uma obra de arte hiper-realista para ter a segurança de que será um bom profissional de arquitetura.
Evidentemente, saber fazer um esboço é uma maneira eficiente de traduzir suas ideias e de assegurar que clientes ou outros arquitetos entenderão os conceitos nos quais você se baseou para fazer o projeto. Mas isso não significa que seus traços precisam ser perfeitos ou que a ilustração tenha de ser totalmente fiel à realidade.



Segundo o arquiteto Maurício Lage, o mais importante é que você saiba se comunicar através do seu desenho. O rascunho é uma ferramenta no meio de várias que estão à disposição dos arquitetos e, por isso, não há porque se preocupar se você não é muito bom nos rabiscos - existem outras maneiras eficientes de transmitir ideias e conceitos no mundo da arquitetura.
Na hora de construir seu rascunho - manual ou virtualmente - um ponto importante é a sensiblidade do arquiteto para escalas e proporções e a capacidade de raciocínio espacial. Esse detalhe é certamente mais importante do que traçados impecáveis e precisos.



Na maioria das faculdades de arquitetura, disciplinas de desenho são oferecidas, ensinando técnicas para um esboço eficiente e, assim, aprimorando as habilidades com rascunhos de projetos.
Há inclusive uma discussão que divide opiniões acerca das faculdades de arquitetura: algumas instituições adotam provas de desenho e representação gráfica como parte do processo seletivo de alunos.
Alguns acham esses testes indispensáveis, mas outros não estão muito de acordo com o método - pensam que isso não determina as habilidades arquitetônicas de alguém, visto que a arquitetura utiliza diferentes linguagens de expressão e comunicação.



_cálculos
É um fato que arquitetura perpassa por alguns conceitos das ciências exatas, como cálculo de estruturas, composição dos materiais ou geometria - mas você não precisa ser o Einstein da física ou o Pitágoras da matemática para ser um bom arquiteto.
Na verdade, tudo o que você precisa é de uma pitada de raciocínio lógico-espacial com uma boa calculadora ao lado.
Nos vestibulares que ainda utilizam provas específicas para cursos superiores como processo seletivo, a matemática geralmente é uma disciplina que aparece para os alunos que decidem pela arquitetura.



Nesse momento, é importante que você esteja preparado para dar conta de resolver as questões sem ajuda da calculadora (mas, provavelmente, esse vai ser a única ocasião em que você vai precisar abrir mão dela para fazer contas).
É importante considerar que é possível desenvolver habilidades necessárias para o bom exercício da profissão durante a faculdade - não pense que as pessoas nascem com dons especiais. Sempre há tempo para revisitar e compreender aquela fórmula de Bhaskara que ficou um pouco de lado na época da escola.



_bagagem cultural
Repertório cultural é provavelmente um dos requisitos que realmente importam para ser um bom profissional - mas tenha calma: isso se conquista com o tempo.
A arquitetura é fortemente relacionada com conteúdos ligados às humanidades - estética, estudo da ocupação dos espaços, história da arte, problemas urbanos, dentre outros. Por isso, é importante estar sempre em contato com esses aspectos.



Viajar é uma boa maneira de adquirir conhecimento sobre culturas, estilos de arquitetura das épocas ou evolução dos materiais. O exterior é, de fato, um mar de variedades de cultura e de informações - mas não deixe o Brasil para escanteio: nosso país tem uma diversidade cultural fascinante e mundialmente reconhecida, além de oferecer uma imensa variedade de materiais e recursos naturais.
Leituras, filmes e notícias sobre a área também são uma ótima forma de completar a sua bagagem cultural para te ajudar a ser um arquiteto que entende de onde veio a arquitetura e para onde ela está caminhando.



_networking
Nunca dispense uma palestra, conferência ou feira de arquitetura - networking é muito importante para qualquer profissão e para os arquitetos não é diferente. Mantenha sempre contato com os colegas de sala com quem você tem afinidade profissional e pessoal - futuramente, vocês podem ser parceiros de trabalho.
Uma boa rede de contatos e uma relação respeitosa e agradável com os profissionais da área são meio caminho andado para ingressar no mercado de trabalho e ter uma carreira promissora. Fique sempre atento aos eventos de arquitetura, design e construção civil da sua cidade, do Brasil e do mundo.



A conclusão que tiramos é que é preciso calma - você não vai entrar na faculdade de arquitetura pronto para ser um arquiteto. Tenha dedicação e entusiasmo para absorver o máximo de conhecimento que puder ao longo dos anos de curso superior - essa sim é a garantia do sucesso de um profissional de arquitetura.

leia mais:
- 7 maneiras de completar a faculdade de arquitetura
- formei, e agora? saiba como apresentar seu portfólio de arquitetura
- 7 grandes revistas de arquitetura ao redor do mundo

imagens via: stocksnap, africa innovation foundation, bjornadannette, arquitetura do brasil, canal do empreendedor

Raquel Almeida | Redatora
Raquel é mineira e apaixonada por cinema. Divide sua atenção entre filmes, livros e cultura inútil da internet e acredita que um dia sem dar risada é um dia desperdiçado. | raquel@bimbon.com.br

Fonte: http://www.bimbon.com.br/arquitetura/as_habilidades_que_todo_arquiteto_precisa_ou_nao_ter

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