É preciso usar melhor as novas tecnologias


Uma edificação que adota práticas sustentáveis gera oportunidade de negócios e maior competitividade. Mas, Adriana Levisky, arquiteta, urbanista, vice-presidente da AsBEA São Paulo (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) e representante do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), considera que novas tecnologias destinadas ao setor ainda não são aplicadas com a importância que se recomenda. 

 

Quais na sua opinião são as perspectivas da arquitetura sustentável no País?

Adriana Levisky - No Brasil, cresce o número de projetos e empreendimentos que buscam a certificação ambiental. Este movimento, dentre outros, retrata o avanço dos investimentos tecnológicos, da preocupação com a manutenção dos edifícios durante todo seu ciclo de vida, da opção por materiais e sistemas adequados. Há, portanto, um entendimento e uma escolha por parte do mercado sobre a importância e a efetiva valorização de uma edificação, a partir da adoção de práticas sustentáveis. O resultado é a oportunidade da oferta de um produto mais eficiente e, consequentemente, mais competitivo e adequado ao futuro do mercado e às necessidades da população usuária. Da esfera privada para a do setor público, em especial no que se refere à sustentabilidade no cenário urbano, existem poucas iniciativas de políticas públicas, além de muito tímidas e pontuais. Incentivos fiscais relacionados à adoção de sistemas e soluções construtivas são encontrados em algumas legislações municipais do País. Acredito, portanto, que estamos muito atrasados, no exercício mais amplo de integração das práticas sustentáveis às questões sociais e urbanas, sobretudo das infraestruturas públicas.

Quais os avanços necessários?

Adriana Levisky - É fundamental que o conceito de sustentabilidade seja adotado como valor agregado às questões sociais, ambientais e urbanas a serem aplicadas tanto na esfera privada quanto pública, no edifício construído quanto na escala urbana. Sendo esta uma conduta necessária para a concepção de modelos de ocupação e intervenções sustentáveis nas cidades.

O conhecimento já disponível em novas tecnologias para a adoção de práticas que viabilizem eficiência energética, uso alternativo de fontes de energia limpa, reuso e comercialização de águas tratadas, geração e comercialização de energia são exemplos de temas que envolvem dois recursos naturais importantíssimos - água e energia - ainda não foram considerados com a devida atenção e planejamento para a adoção de práticas viáveis e fundamentalmente necessárias no atual processo de transformação pelo qual passa o Brasil. Entendo que é preciso acelerar o passo. 

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