Para nos ajudar a pensar a Arquitetura Contemporânea, o professor da Universidade de Cardiff, Richard Weston, escreveu o livro 100 ideias que transformaram a Arquitetura. Weston faz uma reflexão sobre diversos temas arquitetônicos, passando pelas suas origens e como cada um ajuda a compor a Arquitetura como um elemento tão essencial e natural na vida moderna, como portas, colunas, átrios, simetria e corredores.
Confira 5 elementos apresentados no livro e por quê eles são tão importantes:

1- Elevador

O conceito dos elevadores é uma ideia antiga: a história conta que o primeiro dispositivo de transporte vertical foi criado no século I a.C. em Roma pelo arquiteto Vitrúvio. No entanto, o elevador moderno só foi concebido em 1853 por Elisha Graves Otis e o elétrico em 1880 por Werner von Siemens.
Sem os elevadores, a circulação em edifícios com mais andares seria impraticável. Mais do que isso, edifícios altos, como arranha-céus e centros comerciais, sequer seriam construídos.
Se antes apenas os hotéis e construções mais luxuosos eram equipados com elevadores, hoje eles são peças fundamentais no projeto de qualquer edifício residencial ou comercial.
Open-Free-Space-With-Timber-White-Decor-Scheme-The-Ant-House

2- Espaço

A ideia de que o espaço é a matéria-prima da Arquitetura é surpreendentemente recente – em 1983, o historiador alemão August Schmarsow afirmou: “Nosso senso de imaginação espacial tem base na criação espacial, buscando sua perfeição na arte. Chamo essa arte de Arquitetura; em outras palavras, ela é a criadora do espaço”.
Antes disso, considerava-se que a essência da Arquitetura residia na montagem tectônica dos elementos de construção. A teoria de Schmarsow ajudou a conceituar uma nova arquitetura na Era das Máquinas, baseada na continuidade espacial do interior e exterior.

3- Pele

Tratar o exterior de um edifício como um filtro ambiental para intempéries independente do interior: foi a partir dessa tendência que a palavra “pele” começou a ser utilizada para descrever as camadas exteriores de uma construção.
Os edifícios com pele dupla possuem maior regulação térmica, ventilação, bloqueio de luz e outros benefícios, integrando o meio ambiente à própria Arquitetura de maneira sustentável e sem desperdício de recursos energéticos.
choeur

4- Concreto Bruto

Sem nenhum tipo de revestimento, o concreto bruto foi adotado por Le Corbusier em suas principais obras arquitetônicas. Para ele, o concreto era uma material natural “na mesma categoria da pedra, madeira e terracota.” O aspecto grosseiro e as marcas das tábuas de madeira fez surgir a tendência por materiais rústicos e sem acabamento, o que ficou marcado como a fase Brutalista da Arquitetura.

5- O próprio arquiteto

O conceito do arquiteto contemporâneo tem suas origens no Renascimento, quando os mestres pedreiros foram capazes de não apenas criar formas complexas, mas de uní-las de maneira geométrica e unificada na estrutura das construções. O arquiteto passava a ser um profissional quase artista, com habilidades suficientes para pensar, compor e construir na prática um edifício.
Pouco tempo depois, Arquitetura e Engenharia passaram a ser ensinadas como profissões distintas nas universidades europeias.
A partir disso o modo de projeção e produção de edifícios passou a ser cada vez mais dividido: o arquiteto-heroi do século 17 foi transformado em empresário, tornou-se refém das grandes corporações ou passou a desempenhar apenas uma função específica.