Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno

Arquitetura na metrópole de São Paulo


Arquitetura na metrópole de São PauloCrédito: Blog da Companhia/Reprodução


O INCT Observatório das Metrópoles divulga a 2ª edição do livro Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno, organizado por Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro e Roberto Pechman. A coletânea analisa vários aspectos e dimensões dos processos de constituição do urbanismo como ciência e experiência em várias cidades do Brasil e da America Latina. Os ideais do urbanismo europeu e norte-americano foram traduzidos e adaptados ao nosso campo intelectual, marcado por tensões do debate nacionalista e por uma ideologia estatal.
Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno é um dos primeiros livros publicados pela Rede Nacional INCT Observatório das Metrópoles em 1996, marcando o começo de uma trajetória voltada para a produção científica sobre o tema urbano e metropolitano no Brasil. O lançamento da 2ª edição pela Editora Letra Capital tem como propósito disponibilizar o livro para download gratuito como parte da política de difusão científica do Observatório: de caráter aberto, amplo e livre em consonância com o acesso à informação na era das mídias digitais.
Segundo o profº Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, o livro é resultado do seminário Origens das Políticas Urbanas Modernas: Europa e América Latina, Empréstimos e Traduções, promovido pelo IPPUR/UFRJ em conjuntocom o Centre de Sociologie Urbaine de Paris. “Os textos reunidos nessa coletânea apresentam vários aspectos e dimensões dos processos de constituição do urbanismo como ciência e experiência em várias cidades do Brasil e da América Latina, assim como suas relações com a expansão para o Novo Mundo do projeto de reforma social surgido apos 1910 em vários países, especialmente na França e nos Estados Unidos”, explica.
A coletânea conta com textos de pesquisadores importantes que se dedicam à investigação da história da cidade e do urbanismo, como Christian Topalov, Liane Maria Bertucci, Adauto Lúcio Cardoso, Berenice Martins Guimarães, Maria Ruth Amaral de Sampaio, Marcos Tognon, Catherine Bruant, Jean-Pierre Frey, Marisa Varanda Carpinteiro, Maria Cristina da Silva Leme, Oscar Bragos, Carlos Roberto Monteiro de Andrade, Ana Lúcia Duarte Lanna, Robert Moses Pechman, Margareth da Silva Pereira, Sandra Jatahy Pesavento, Lúcia Silva e Yara Vicentini.
De acordo com o profº Roberto Pechman, Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno é um livro que fala da fundação de uma nova ciência: o urbanismo. E como os novos cientistas – especialmente os franceses e norte-americanos – na primeira metade do século XXI – diante da necessidade de realizar um projeto de reforma social das suas cidades como instrumento de difusão da modernidade, da realização do progresso material e do aperfeiçoamento da democracia – tornaram-se os mentores do urbanismo.
O livro trata da aventura desses reformadores que viam o Novo Mundo (América Latina) como o lugar propício para experimentar a construção deste projeto, já que nele não se encontrariam as resistências presentes no Velho Mundo. Nesse contexto, emerge uma militância internacional de pregação do urbanismo, que leva aos quadrantes do mundo os novos especialistas.
Mas como se dá a chegada e recepção dessas ideias e ideário no Brasil e na América Latina? Segundo Roberto Pechman, os intelectuais latino-americanos recebem as ideias do urbanismo nascente e adaptam ao contexto local. “Os intelectuais da América Latina não tinham como compromisso a reconstrução da ordem social. Esse projeto aqui é substituído pelo objetivo de construção da nação, tornando imprescindível reformar as antigas cidades que representavam a ordem colonial. Nesse sentido, os textos dessa coletânea mostram como as ideias do urbanismo europeu e norte-americano foram traduzidos para adaptá-los ao nosso campo intelectual, marcado pelas tensões do debate nacionalista e por uma ideologia estatal”, explica.
A coletânea também aborda os profissionais e instituições que participaram da recepção do urbanismo na América Latina, os arquitetos e engenheiros que disputam o papel da nova função de especialista da cidade. Para tanto, várias estratégias intelectuais, políticas, burocráticas foram utilizadas pelos grupos em conflito, o que explica a profusão de conferencias, revistas, palestras e debates sobre os problemas urbanos e seus remédios.
Segundo Luiz Cesar Ribeiro, a compreensão desta disputa é chave para entender o papel representado pelos “especialistas internacionais”, entre eles Alfred Agache e Le Corbusier, que constantemente foram mobilizados como recursos nos embates entre os diversos grupos que disputam a hegemonia no nascente campo profissional.
Faça no link a seguir o download do livro Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno.

0 comentários:

 
IAB Tocantins Copyright © 2009 Blogger Template Designed by Bie Blogger Template
Edited by Allan