Piso de concreto em estacionamento requer atenção na compactação do solo, concretagem e acabamento

Sem acompanhamento rigoroso dessas etapas, piso pode apresentar fissuras, infiltrações e esfarelamentos, dentre outras patologias

Dirceu Cunha Neto

Edição 172 - Novembro/2015

MARCELO SCANDAROLI

Piso de concreto tem uso recorrente em estacionamento de edifícios comerciais e residenciais

A execução dos pisos para estacionamentos de prédios residenciais ou corporativos requer fiscalização rigorosa dos trabalhos, passando pela compactação do solo, qualidade e tipo do concreto empregado, processo de concretagem e nivelamento. Sem o devido acompanhamento de cada uma dessas etapas, o piso pode apresentar surpresas negativas no decorrer do tempo.

A fissura é a patologia mais comum nos pisos de concreto. Além dela, pode haver diversos outros problemas, como infiltrações, esfarelamento, manchas no acabamento e estufamento do concreto. Todas essas situações são evitadas com um projeto bem detalhado e uma execução fiel às especificações, monitorada pelo engenheiro ou tecnólogo responsável.

A fiscalização deve começar pela checagem da rigidez do solo e do processo de compactação, uma etapa que costuma ser o foco de uma grande quantidade de problemas, segundo o diretor de Operações da Gafisa, Guilherme Sartori. "Quando não temos uma compactação feita adequadamente, uma movimentação muito grande do solo pode causar uma trinca ou uma fissura, chegando até mesmo ao rompimento do piso", afirma.

Por isso, é essencial acompanhar os testes laboratoriais feitos com a base. Nesse caso, a equipe do laboratório retira o corpo de prova do material que foi utilizado e faz a análise para definir o grau de compactação e o grau de umidade do solo. O resultado deve atingir o nível que foi definido pelo projeto.

Após a análise inicial do solo, outro ponto que requer uma abordagem rigorosa é o dimensionamento do volume de tráfego e do tipo de carga a ser suportado pelo piso. A função de reunir os dados técnicos sobre o piso exigido para suportar o tipo de carga previsto é do projetista.

"Um erro muito comum ao fazer o subsolo de um edifício é achar que ali só vai entrar carro leve. Nesses casos, a empresa não usa o cimento adequado, e aí o piso começa a soltar pó, ter recalque, surgir fissuras", diz Marcel Rodrigues, gestor operacional da EP1 Pisos Industriais.

O dimensionamento com folga desses pontos permite a tomada de decisão sobre o tipo de concreto a ser utilizado. Nos casos de prédios residenciais ou no pavimento corporativos com previsão de tráfego leve a recomendação é que se utilize um concreto de 30 MPa de resistência à compressão e 4,2 MPa de resistência à tração. Se o tráfego for muito mais pesado do que o estimado no início, porém, podem surgir patologias.

Concretagem
O plano de concretagem deve considerar o horário de início e término de cada etapa, o volume de concreto, o tráfego de caminhões e o impacto no sistema viário local. Esses detalhes devem ser bem observados, para que se cumpra tudo de acordo com o planejado, minimizando eventuais contratempos.

"O profissional responsável deve verificar se o concreto que chega ao canteiro não está vencido, se a armação foi bem posicionada, se o despejamento do concreto foi correto", explica Riccardo André Furlan, gerente de Incorporação da Contracta Engenharia.

Rodrigues, da EP1, acrescenta que também é necessário ter cuidado com as condições ambientais e, sempre que possível, proteger o piso de agentes externos. "De preferência, fazer a execução com a obra coberta, sem incidência de ventos e chuvas", ressalta. O vento em excesso, por exemplo, pode eliminar mais rapidamente a água do concreto, causando desidratação. Já a chuva causa o efeito contrário, aumentando a dosagem de água na mistura.

A próxima etapa é o despejamento do concreto no solo, em que a equipe da obra deve acompanhar o processo com o auxílio de um laser de precisão, que adensa o concreto e faz o seu perfeito nivelamento. De três a quatro horas depois do lançamento do concreto, começa o processo do acabamento da superfície com as máquinas acabadoras. Esses equipamentos servem para plainar (ou discar) o concreto, evitando qualquer tipo de detrito ou ondulações no piso. O acabamento pode ser rústico ou ainda lixado para uma posterior pintura.

DIVULGAÇÃO: GAFISA

Preparação de armadura e barras de transferência para etapa da concretagem do piso

Em alguns projetos, aplica-se um revestimento de tinta epóxi. Essa prática também deve ser feita com cuidados e sob fiscalização. Antes da aplicação, deve se verificar se o piso está seco e liso, sem ondulações. "O epóxi não corrige ondulações, então o concreto tem que estar bem nivelado. A superfície deve estar própria para a aderência do revestimento", explica Sartori, da Gafisa.

Se for determinada a aplicação da cura química, a fiscalização também deve abranger esse procedimento. "Se a cura não for bem realizada, o concreto vai perder água, vai desidratar rapidamente, vai diminuir a resistência e aparecerem microfissuras", alerta Rodrigues.

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Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/172/piso-de-concreto-em-estacionamento-requer-atencao-na-compactacao-do-365393-1.aspx

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