O concreto colorido foi um jeito encontrado pela arquitetura de ir um pouco além dos diferentes tons de cinza obtidos naturalmente com o bom e velho concreto.
Casa das Histórias Paula Rego / Cascais – Portugal.
Avermelhado, azul, amarelo ou verde, ele vai precisar de um tipo específico de cimento, ou de uma areia diferente – como no caso do concreto branco -, ou mesmo da adição de um pigmento à mistura, próprio para a cor desejada.
“A pigmentação dá a cor escolhida pelo arquiteto. Antes, serão feitos testes com a mistura no canteiro, para chegar à cor ideal”, comenta Gabriel Regino, assessor em concreto aparente com valor arquitetônico, da Tresuno.
Outros aditivos, como os superplastificantes, produzem maior fluidez (trabalhabilidade) do concreto, cortam a água do traço e aumentam a resistência do concreto à compressão.
A variedade de cores e tons é grande, e vai ser importante saber qual é a origem do pigmento usado – se ele é orgânico ou inorgânico, ou ainda qual vai ser seu comportamento quando exposto aos raios ultravioletas do sol. Esses aspectos influenciam na durabilidade da cor, e indicam se o concreto pode ou não desbotar.
O uso de blocos de concreto colorido, que permite a infiltração da água, é destaque no Jardim da Entrada criado por Leila Finotti
O uso é tanto estrutural quanto decorativo, mas em qualquer caso deve ser buscada uma empresa especializada na aplicação, já que é muito difícil realizar os testes para encontrar a proporção ideal entre a quantidade de pigmento e a quantidade de água da mistura:
“Para entender esta dificuldade, basta imaginar o que acontece quando você mistura meio litro de água a um litro de tinta vermelho escuro, e obtém uma tinta cor de tomate. Em outro litro da mesma tinta, se você adicionar um litro cheio de água, a cor resultante será rosada, bem mais clara”, exemplifica.
O processo de homogenização da cor é a grande desvantagem do concreto colorido. Regino defende que seria possível comprar a massa pré-misturada em usinas de concreto, mas a indústria não introduz esta etapa à produção, porque isso aumentaria demais os impostos cobrados sobre o produto semipronto.
B A Praça das Artes, no centro de São Paulo, tem projeto da Brasil Arquitetura, e empregou a técnica do concreto colorido, em diferentes tons – Foto: Nelson Kon
“No caso de empenas maiores, a dificuldade é grande, porque vai ser necessário preparar a mistura várias vezes, e todas devem chegar ao mesmo tom de cor.” Assim, o projetista tem de estar presente à execução e controlar testes e aplicação do material.
O tipo de fôrma a usar será também definido pelo projeto de arquitetura: tábuas não aparelhadas, para um concreto mais rústico que expresse os veios e os nós da madeira; compensado comum, para um acabamento mais liso, mas ainda com eventuais imperfeições e, portanto, alguma textura de veios e nós; ou mesmo o compensado plastificado ou fôrmas metálicas, para concreto liso ou muito liso.
Via: Mapa da Obra
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