Quem são os arquitetos brasileiros? Onde estão, quanto ganham, quais as principais áreas de atividade?



Em julho do ano passado publicamos um censo realizado pelo CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - que visava traçar o perfil do profissional arquiteto e urbanista no Brasil. A pesquisa fora realizada com 99 mil profissionais de todas as regiões do país e as respostas ajudaram a identificar satisfatóriamente alguns aspectos da profissão, como a  distribuição geográfica; gênero e idade; formação; atuação profissional; renda; além de opiniões em geral.
A republicação desse censo hoje, 1 de maio - dia do trabalho e do trabalhador -, é oportuna, pois nos faz refletir a respeito de nossa profissão na atualidade, da realidade do trabalhador arquiteto e urbanista no Brasil, e, sobreturo,  do papel e do reconhecimento do arquiteto e urbanista como responsáveis pela qualidade de vida nas cidades. Veja a seguir os dados obtidos no censo realizado pelo CAU.

Distribuição Geográfica
O Brasil possui quase 100 mil arquitetos e urbanistas exercendo a profissão, dentre os quais, boa parte se concentra nas regiões Sudeste (54%) e Sul (23%). Comparando-se o número de arquitetos com o número de habitantes da região, percebe-se que existem diversas localidades, principalmente na Região Norte, onde há um menor número de arquitetos em relação à população.
Arquitetos e Urbanistas por Região Geográfica
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Tabela de distribuição geográfica                                                      Tabela de distribuição geográfica

Gênero e Idade
Há uma prevalência de arquitetas e urbanistas mulheres no Brasil. Elas representam 61% do total de profissionais em atividade no país, contra 39% de homens. Essa é uma tendência que vem crescendo ao longo das últimas décadas. Observando-se a faixa etária dos profissionais, percebe-se que a predominância feminina é maior entre arquitetos mais jovens. Se entre os profissionais com idades entre 41 e 50 anos as mulheres são pouco mais que a metade (57,4%), entre os 20 e 25 a anos essa taxa é de 78,3%. Os homens são maioria apenas na faixa acima de 61 anos, na qual eles são 71% do total.
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Gráfico de gênero na Profissão                                                        Gráfico de gênero na Profissão

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Courtesy of CAU/BR                                                          Courtesy of CAU/BR

Em relação à idade, percebe-se que arquitetos e urbanistas jovens já compõem uma parcela expressiva do mercado. São 58% com menos de 40 anos, sendo que 40% dos profissionais têm entre 26 e 35 anos. Credita-se esse fator ao crescimento demográfico e econômico do país e ao grande aumento das faculdades de Arquitetura e Urbanismo nas últimas décadas.
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Courtesy of CAU/BR                                                      Courtesy of CAU/BR

Formação
A maior parte (66%) possui apenas a graduação mas há um grande número de profissionais que realizaram cursos de pós-graduação, 25,49%. Cursos de mestrado e doutorado são menos frequentes, com taxas de 6,8% e 1,2%, respectivamente. Existe ainda uma parte dos arquitetos (7,69%) que possuem diplomas de outras áreas.

Nível de escolaridade
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Nível de escolaridade                                                                Nível de escolaridade

Outros dados indicam que os arquitetos e urbanistas buscam constantemente aperfeiçoar seus conhecimentos e se mantêm atualizados. A grande maioria (82%) frequenta cursos, seminarios, feiras e eventos afins. É comum arquitetos buscarem informações em revistas especializadas (90%), periódicos acadêmicos (70%) e livros técnicos (82%).
O domínio de ferramentas profissionais também é alto. Dos arquitetos brasileiros, 86% dominam softwares de desenho por computador, e 28% usam bem programas de geoprocessamento. 63% dizem dominar também outros softwares de uso profissonal.
Já no que se refere ao domínio de outro idiomas, quase metade (48%) têm boa fluência em inglês, 33% em espanhol, 9% em francês e 10% em outras línguas, predominantemente o italiano.

Atuação Profissional
Um terço (34%) dos profissionais trabalha majoritariamente com concepção de projetos. Um número menor, mas significativo, 15,88%, participa regularmente na fase de execução. A Arquitetura de Interiores é também uma demanda frequente, com quase 15% dos profissionais dedicados a essa área. Pequenas parcelas do total da categoria dedicam-se a atividades como Planejamento Urbano (3,99%) e Paisagismo (3,36%).
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Tabela de Atuação Profissional                                                              Tabela de Atuação Profissional

Pouco mais da metade dos arquitetos e urbanistas do Brasil trabalha por conta própria. Enquanto 34% fornecem serviços como autônomos, outros 20% são donos de escritórios e empresas ligados a Arquitetura e Urbanismo. Os assalariados somam 38%, enquanto 8% possuem outras fontes de renda.
Entre os contratantes de projetos, a maior parte é composta por empresas e instituições (56,16%). Pessoas físicas correspondem a 43,83%.

Renda
Mais da metade dos arquitetos e urbanistas (53%) ganha até oito salários mínimos por mês – R$ 4.976, considerando-se o salário mínimo de R$ 622 (valores de 2012). Quase um quarto dos profissionais (24%) recebe entre 8 a 15 salários mínimos (R$ 4.976 a 9.330). Parte significativa dos entrevistados (13,8%) preferiu não informar renda.

Faixa de renda individual
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Faixa de renda individual                                 Faixa de renda individual

Combinando dados de renda e atividades realizadas nos últimos dois anos, é possível elaborar algumas informações sobre trabalhos associados a uma remuneração melhor. Algumas das atividades mais freqüentes entre os arquitetos que ganham acima de cinco salários mínimos são: execução de obras, especialização em engenharia e segurança do trabalho, geoprocessamento, ensino, planejamento urbano e regional, sistemas construtivos e estruturais, tecnologia e resistência dos materiais.
Entre aquelas mais associadas a rendas até cinco salários mínimos estão: arquitetura de interiores, arquitetura paisagística.

Opiniões
Quase 70% dos entrevistados pelo Censo do CAU deram avaliações positivas sobre a atuação na área. Quando perguntados sobre o status social da profissão, 58% se dizem satisfeitos. Outra questão mostrou que 42% estão satisfeitos com a sua remuneração profissional, contra 24,5% de insatisfeitos e 23,5% que não manifestaram uma avaliação nem positiva nem negativa.
Principais obstáculos ao exercício da profissão de Arquiteto e Urbanista:

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Principais obstáculos ao exercício da profissão de Arquiteto e Urbanista                                Principais obstáculos ao exercício da profissão de Arquiteto e Urbanista

Há também boas expectativas quanto ao futuro da profissão. Entre os entrevistados, 58% acreditam que o mercado de Arquitetura e Urbanismo vai continuar crescendo nos próximos anos. Apenas 8% prevêem uma retração. A maioria (72%) também acredita que os arquitetos e urbanistas podem expandir seu campo de atuação em diversas áreas. As mais citadas foram: projetos inovadores, sustentabilidade e urbanismo.
O que se depreende das informações obtidas é que o mercado de Arquitetura e Urbanismo no Brasil está passando por uma grande transformação. Não apenas pela necessidade de se replanejar cidades e se construir alternativas para as questões habitacionais, mas pela chegada de uma nova geração de profissionais cada vez mais preparados.
O que você pensa a respeito deste censo e da Arquitetura e do Urbanismo enquanto profissões? Deixe sua opinião e inquietações na seção de comentários.
Para mais informações sobre o censo realizado pelo CAU/BR, visite a página da instituição.
Via: CAU/BR
 
Fonte:Romullo Baratto. "Quem são os arquitetos brasileiros? Onde estão, quanto ganham, quais as principais áreas de atividade?" 15 Jul 2013. ArchDaily Brasil. Acessado 1 Mai 2015. http://www.archdaily.com.br/127832/quem-sao-os-arquitetos-brasileiros-onde-estao-quanto-ganham-quais-as-principais-areas-de-atividade

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