IAB Tocantins: "Há pouca reflexão sobre como as cidades devem ser", diz Koolhaas

Em entrevista publicada no site Fast Co.Design, o arquiteto vencedor do Pritzker Rem Koolhaas aborda questões como o planejamento e futuro das cidades, além de concursos de arquitetura. A publicação é um resumo da entrevista concedida para o cineasta e fotógrafo Gary Hustwit, como parte do documentário Helvetica, Objectified, and Urbanized e do livro Helvetica/ Objectified/ Urbanized: The Complete Interviews.

Perguntado sobre o porquê de tantas cidades terem projetos ruins, o titular do escritório OMA comenta que isso deve-se parcialmente ao fato de que poucas delas, nos dias de hoje, são realmente planejadas. Além disso, a economia de mercado tem tido muito poder na decisão de como as cidades serão.
Segundo o arquiteto holandês, nós não estamos sendo capazes de conceituar as cidades de uma maneira emocionante. “Nosso vocabulário está muito esgotado, e tem havido muito pouca reflexão do que as cidades podem ser”. A mudança, para ele, que se declara um otimista, tem que ser política.
A enorme quantidade de esforços desperdiçados na profissão é, para Rem Koolhass, uma das coisas mais frustrantes na arquitetura. “Uma quantidade razoável disso é gerada através dos processos de concursos, que são, sem dúvida, um dreno completo de inteligência. Eu não conheço nenhuma outra profissão que toleraria isso”.
Refletindo sobre o futuro do contexto urbano, o renomado arquiteto acredita que daqui a 50 anos o trânsito será melhor e os carros não serão mais movidos a gasolina. Também espera uma forma mais suave e menos onerosa de infraestrutura. O problema, segundo ele, é que ela é completamente inexistente ou extremamente pesada, não havendo um meio termo.
Além disso, ele acredita que as pessoas vão se tornar mais conscientes da interdependência do que é cidade e do que não é cidade. “Eu acho que haverá um movimento mais sistemático entre os dois”