Como orçar um projeto de design de interiores?

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Fundamental para o profissional e para o cliente, o orçamento de um projeto de interiores envolve muitas váriáveis. Experiência do designer, ambiente, metragem e até a localização do projeto podem ser determinantes para calcular o preço.
Para simplificar este processo, o bim.bon reuniu tabelas de preços, relatos de profissionais e uma fórmula básica para descomplicar o orçamento e a cobrança de serviços de design de interiores. Confira e inspire-se com os projetos:

Apartamento no Edifício JK | Gislene Lopes
Apartamento no Edifício JK | Gislene Lopes

Primeiro, é legal esclarecer que há cursos técnicos e faculdades de design de interiores que preparam os profissionais para criar soluções técnicas e criativas para ambientes. Há também muitos arquitetos especializados no ramo.
Geralmente, o projeto de design de interiores é contratado para personalizar ambientes de um imóvel novo, mas há também quem se interesse pelo serviço para redecorar espaços que já existem. Interiores comerciais (e adequação de todas as normas necessárias) de lojas, hotéis, museus, baladas etc., também fazem parte do escopo desses profissionais.
Nesse sentido, o trabalho pode envolver da escolha do piso aos itens de decoração. Revestimentos, papéis de parede, mobiliário, tapetes, cortinas e até mesmo a iluminação incrementam essa fórmula.

Bestias: interiores feitos de papelão | Move Architects
Bestias: interiores feitos de papelão | Move Architects

Alterações estruturais para integrar ambientes e derrubar paredes já exigem um acompanhamento de arquitetos e engenheiros, mas a maioria das escolhas que dizem respeito a materiais, cores, texturas, móveis e decoração são do designer de interiores, aliadas, é claro, ao gosto do cliente.
Com todos estes detalhes em mãos, realmente não é tarefa fácil precificar um projeto. A maioria dos profissionais cobra por m2 e para estabelecer um valor ideal de base, a ABD – Associação Brasileira de Designers de Interiores – disponibiliza uma tabela com o custo da metragem por região:

                                                          informações de Designer Wesley


Outra forma de precificação é o CUB/m2. A tabela reúne o Custo Básico Unitário da construção, avaliação da obra e execução, também calculado para cada estado. A Câmara Brasileira da Indústria e Construção (CBIC) disponibiliza os CUBs de cada estado/Sinduscon. Acesse.
Baseada no CUB, a designer de interiores Eliana Todeschini compartilhou uma fórmula básica para estimar o preço de um projeto, junto ao Guia de Orientação Profissional, publicações feitas por associações de arquitetos e designers de interiores.
O cálculo básico é: m2 x CUB x Guia de Orientação Profissional do seu estado*
A ideia da arquiteta é que essa multiplicação seja feita com números estipulados por órgãos competentes, que mais do que o m2, consideram a complexidade de um projeto. Assim, mesmo que o projeto de uma cozinha tenha uma metragem menor do que de uma sala de estar, o orçamento da cozinha pode ficar mais caro porque considera os serviços especiais a serem feitos em áreas úmidas.
Nessas tabelas você vai enquadrar cada cômodo em um grupo de complexidade, que acomodam as seguintes categorias (ou similares):
    – Projeto de Arquitetura de Interiores
    – Layout de distribuição de móveis
    – Escolha de acabamentos
    – Distribuição e localização de pontos elétricos e hidráulicos
    – Detalhamento de banheiros e cozinhas
    – Detalhamento de mobiliário
    – Detalhamento de 1 ou 2 móveis
    – Escolha de tecidos, móveis, revestimentos e luminárias
    – Detalhamento de forro
Cada grupo é posteriormente tabulado com faixas de metragens, e é esse valor que a arquiteta coloca no Guia de Orientação Profissional da fórmula. Acesse o blog para saber mais.
Isso faz com que projetos mais simples, como os de mobiliário, fiquem mais baratos. Enquanto obras mais complexas com projetos luminotécnicos, forros etc., sejam remuneradas de acordo.
* Todeschini faz seus cálculos de acordo com o Guia da Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul, confira.

Decoração em apartamento sueco de 57 m2
Decoração em apartamento sueco de 57 m2

Tudo isso remunera as etapas de criação de projeto (estudos preliminares, ante-projeto e projeto-executivo), os desenhos, administração e o custo básico da obra.
O profissional também pode adotar a chamada Taxa de Administração, aplicando uma porcentagem de 10 a 15% sobre o valor de todos os produtos e serviços gastos no projeto. É bom lembrar que o projeto não cobre o preço do mobiliário ou itens de decoração especificados.
Horas técnicas, visitas à obra e consultorias são extras, cobrados por hora. Há também profissionais que cobram por tabelas de preços particulares, compatíveis com os seus serviços.
Com a introdução dos modelos 3D, surgiu também a polêmica de cobrar pelos desenhos tridimensionais, esclarecidas a seguir.

Decoração com mosaico de azulejos diferentes | Coletivo MUDA
Decoração com mosaico de azulejos diferentes | Coletivo MUDA

Com boa parte dos projetos computadorizados, muitos clientes pedem por modelos 3D. Também porque esse tipo de representação é mais real e aproximada do resultado na obra. A ideia é igualmente vantajosa para o profissional, que pode fazer alterações mais rápidas e tem menos problemas para atender às expectativas do cliente, que visualiza luz, texturas, cores etc.
Cobrar pelo desenho fica a cargo do profissional, mas em muitos fóruns o bim.bon encontrou designers mais dispostos a apresentar o projeto 3D gratuitamente, principalmente porque os blocos tridimensionais de tudo o que envolve um projeto de interiores são disponibilizados gratuitamente. Inclusive pelo bim.bon.
Real ou Render | Imagens hiperrealistas de Peter Guthrie
Real ou Render | Imagens hiperrealistas de Peter Guthrie

Se você é usuário do SketchUp, melhor ainda. Temos um plugin também grátis para que você faça o download dos blocos diretamente na plataforma. Baixe agora.
Por fim, muito do trabalho de designers e arquitetos de interiores pode ser precificado, mas há valores difíceis de dar lances, como o renome do profissional, senso estético, currículo etc. O ideal é que profissional e cliente acertem um preço compatível com o trabalho e resultado de um projeto.



Lana Kantor

Padawan entre palavras, heavy user de referências de cultura pop, nem tão sutis tentativas de colocar um pouco de humor e gentileza no mundo. Em constante batalha contra o hábito de ver séries sem parar, começando a partir do próximo episódio. | lana@bimbon.com.br

Fonte: https://www.bimbon.com.br/aprenda/como-orcar-um-projeto-de-design-de-interiores/

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