Raquel Almeida
Se você acredita que as grandes cidades com construções enormes surgiram no século XX nos Estados Unidos, você está enganado.
Embora Nova York seja a primeira referência que nos vem a cabeça quando o assunto é arranha-céu, os primeiros prédios realmente altos não surgiram na metrópole americana - datada do século XVI, a cidade de Shibam, no Iêmen, foi a primeira grande cidade verticalmente planejada do mundo.
via Boston
Localizada no deserto de Ramlat al-Sab'atayn (boa sorte na tentativa de pronunciar esse nome), a cidade é toda cercada por um muro e está em uma das regiões mais áridas do mundo.
Usando argila, barro e areia, a “Manhattan do Deserto” ergueu cerca de 500 edificações usando essa mistura ancestral. Os prédios medem de 30 a 40 metros de altura e alguns chegam a ter 11 andares.
O curioso é que a cidade ainda é habitada por cerca de 7 mil habitantes, que moram nessas construções de mais de cinco séculos de existência. Devido à fragilidade dos materiais utilizados nos prédios, eles são constantemente reformados para conseguirem resistir aos fortes ventos e calor do deserto.
Embora 40 metros de altura não seja uma extensão muito significativa para prédios nos dias de hoje, as edificações eram enormes para a época. Foram construídas para solucionar tanto problemas militares como o crescimento populacional da cidade.
via Getintravel
A cidade era constantemente atacada por tribos nômades e, por isso, foi completamente cercada. Dessa forma, a expansão territorial da cidade foi completamente limitada e daí nasceu a necessidade da verticalização. Além disso, Shibam precisava de torres de observação para tentar prever os ataques - mais uma razão para investir na construção de edifícios.
Atualmente, Shibam foi reconhecida como Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco e é a referência mais antiga e uma das mais importantes para arquitetos e urbanistas no que diz respeito ao planejamento de verticalização de cidades.
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Raquel Almeida | Redatora
Raquel é mineira, apaixonada por cinema e cursa Publicidade na UFMG. Divide sua atenção entre filmes, livros e cultura inútil da internet e acredita que um dia sem dar risada é um dia desperdiçado. | raquel@bimbon.com.br
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